Aniversariante gosta muito de crianças (Foto: Cícero ValérioAgência Miséria)
A mulher mais idosa de Juazeiro do Norte está aniversariando nesta terça-feira. Julia Amélia da Conceição completa 110 anos e reside na Rua do Limoeiro, 1544 nas Casas Populares. A aposentada reclama apenas de algumas dores nas pernas, mas se alimenta, toma banho e faz tudo sozinha. Ela teve o privilégio de se ajoelhar aos pés de Padre Cícero Romão Batista, pedir sua benção e tocar na batina do sacerdote. Bastante lúcida ainda vai à missa e até à casa de sua irmã, porém de carro.
Trata-se de uma mulher muita simpática e convesradeira que gosta de relembrar fatos. Uma boa dormida e um bom prato com frutas são seus preferidos, mas não dispensa uma suculenta galinha caipira. Segundo Ivani Pereira da Silva, de 44 anos, uma sobrinha que cuida da mesma, no ano passado, o presente de aniversário dela foi ir até à estátua de Padre Cícero na Colina do Horto, mas, este ano, não manifestou nenhuma vontade. Queria apenas enxergar um pouco mais já que a deixou deixou a “vista curta”.
Com tanta lucidez, Dona Julia parece que vai longe e, quem sabe, até ser inscrita no “Livro Guinness de Recordes”. A mulher mais idosa do mundo era a japonesa Misao Okawa, mas faleceu no último dia 1º de abril menos de um mês após completar 117 anos. Ela só não se constitui na mulher mais idosa do Cariri por conta da aposentada Maria Erundina da Conceição, a Mãe Deru, que, no último dia 22 de janeiro completou 113 anos em Mauriti.
Dona Julia nasceu no dia 5 de maio de 1905 no município de Santana do Ipanema (AL) e lembra muitos fatos da história juazeirense. Seus pais eram agricultores e sempre visitavam Juazeiro em romaria diante da fé no Padre Cícero. Em fevereiro de 1925 ela tinha 20 anos quando desembarcou para morar por aqui, cujo município tinha só 14 anos de emancipação e o Padre Cícero ainda viveria mais oito anos pela frente.
A aniversriante disse ter conhecido o sacerdote e costumava ir sempre até à casa onde este morava, como recordou, constantemente repleta de fiéis. Ela ficava olhando para o mesmo, principalmente quando este saía à janela e disse jamais ter esquecido o dia de sua morte. “Nunca vi tanta tristeza e o movimento aqui era grande com a chegada de gente de todo lugar”, recorda acrescentando ter assistido ao enterro do sacerdote.
Com informações da Agência Miséria
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