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Os dois policiais militares, já condenados a um total de 126 anos de reclusão, agora são investigados por lavagem de dinheiro
Os dois policiais militares alvos de uma operação da Polícia Civil do Ceará (PCCE), na última terça-feira (16), contra um esquema de lavagem de dinheiro, já foram condenados a um total de 126 anos de reclusão, por liderarem uma organização criminosa que cometia extorsões e tráfico de drogas, em Fortaleza.
O subtenente Luiz André
Galdino da Silva, conhecido como 'Gato Seco', e o soldado Jediel Costa
Marcelino da Silva, o 'Negão', foram alvos do cumprimento de 6 mandados de
busca e apreensão, 3 mandados de sequestro de veículos, 7 mandados de sequestro
de imóveis, além do bloqueio de contas bancárias e investimentos, na Operação
Exaurimento. As ordens judiciais foram cumpridas nos bairros Cambeba e Cidade
dos Funcionários.
Segundo a PCCE, os PMs
estavam afastados das funções, "desfrutando de patrimônio incompatível com
as capacidades econômicas financeiras, bem como praticavam crimes de lavagem de
dinheiro, inclusive, com a constituição de pessoas jurídicas para possibilitar
a movimentação de recursos ilícitos".
Durante o cumprimento dos
mandados, o soldado Jediel da Silva foi preso em flagrante por posse irregular
de arma de fogo de uso permitido, na posse de duas pistolas e carregadores.
A investigação foi conduzida
pela Delegacia de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro (DCLD), do
Departamento de Recuperação de Ativos (DRA), com o apoio da Coordenadoria de
Inteligência (Coin), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará
(SSPDS), e do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro e da
Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil.
A defesa do subtenente
Luiz André Galdino da Silva foi procurada pela reportagem, mas não se
manifestou até a publicação desta matéria.
Já a defesa do soldado
Jediel Costa Marcelino da Silva, representada pelo advogado Kaio Castro,
respondeu que, "sem qualquer motivação após cerca de 8 anos dos fatos,
instauraram a investigação de lavagem de dinheiro. O imóvel que ele reside é de
aluguel. Já identificamos diversos equívocos que serão comprovados na
oportunidade do contraditório".
CONDENADOS POR LIDERAREM
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Os dois PMs alvos da
Operação Exaurimento já foram condenados na Justiça Estadual, em decorrência de
investigação da Operação Gênesis, deflagrada pelo Grupo Especial de Combate às
Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE).
O subtenente Luiz André
Galdino da Silva foi sentenciado a 67 anos e 6 meses de reclusão, pelos crimes
de integrar uma organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo de uso
permitido, tráfico de drogas, associação para o tráfico e extorsão.
Já o soldado Jediel Costa
Marcelino da Silva foi condenado a 58 anos e 6 meses de prisão, por integrar
uma organização criminosa, tráfico de drogas e extorsão. As sentenças foram
proferidas em processos diferentes, pela Vara de Delitos de Organizações
Criminosas, que concedeu aos réus o direito de recorrer em liberdade.
Conforme as sentenças
judiciais, os dois policiais militares lideravam uma organização criminosa
composta por outros PMs, que "empreendeu crimes de extorsão, tráfico de
drogas e delitos previstos no estatuto do desarmamento".
A Vara de Delitos de
Organizações Criminosas descreve ainda que Luiz André e Jediel da Silva
"despontam em diversas situações como protagonistas das ações criminosas
expostas, organizaram e dirigiram o comportamento dos demais denunciados,
segundo este propósito, empregam informantes e intermediários e, uma vez de
posse dessas informações privilegiadas, planejam, selecionam os atores e as
situações mais lucrativas, decidindo o melhor momento para agir".
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