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Foto: Reprodução |
Em vídeo gravado poucos dias antes de ser morto a
tiros, Fernando Villavicencio disse que não estava intimidado por ameaças de
grupos criminosos e que não usaria colete à prova de balas, como o governo
havia recomendado.
Em um vídeo gravado dias
antes de ser assassinado
a tiros na saída de um comício, o candidato presidencial Fernando
Villavicencio disse saber de ameaças de grupos criminosos mas que não se
intimidaria por elas.
"Que venham os chefes do tráfico, que venham mafiosos", disse,
na ocasião, Villavicencio, que foi morto a tiros na noite de quarta-feira (9).
Na gravação, feita em um comício dias antes na cidade de Chone, na região
central do Equador, ele diz ainda que recebeu a recomendação para usar
colete à prova de balas, mas que não usaria o equipamento.
"Escutem bem: me disseram para usar o colete (a prova de balas).
Aqui estou, de camisa suada, caralho. Vocês são...vocês são meu colete a prova
de balas. Eu não preciso...vocês são um povo valente, e eu sou valente como
vocês. São vocês que cuidam de mim. Aqui estou. Disseram que vão me quebrar.
Aqui estou (...) que venham os chefes do tráfico de drogas, os mafiosos, que
venham os vacinadores. Acabou a época de ameaças. Vão me quebrar? Podem me
dobrar, mas nunca vão me quebrar".
Villavicencio foi morto ao deixar um comício na capital, Quito,
na noite de quarta-feira (9). Ele foi atingido por três tiros na cabeça ao
entrar em um carro.
O grupo
criminoso equatoriano Los Lobos reivindicou autoria do
atentado, e um dos suspeitos de cometer o
crime foi morto durante uma troca de tiros com a polícia.
O Equador vive um dos momentos mais violentos de sua
história moderna, com índices de violência em níveis recorde, e, nos últimos
meses, grupos mafiosos - que chegam a controlar regiões inteiras do país -
começaram a intimidar políticos.
Denúncias
Antes de se candidatar à
presidência do Equador, Fernando Villavicencio era jornalista investigativo em
seu país e denunciou diversos esquemas de corrupção.
O cientista político
Maurício Santora afirmou que o trabalho de Villavicencio tinha como foco
denúncias envolvendo o narcotráfico e a corrupção da elite política do país.
"Ele mexeu em
interesses de muitos poderosos".
Na disputa pela
presidência, uma pesquisa de intenção de voto publicada na terça-feira (8)
apontou que Villavicencio estava em 5º lugar, segundo o jornal
"El Universo".
A eleição, marcada para
o dia 20 de agosto, não foi cancelada, mas o presidente do país, Guillermo
Lasso, declarou estado de exceção no Equador após a morte de
Villavicencio.
Por meio de nota, o
Itamaraty disse ter tomado conhecimento do caso "com profunda
consternação".
"Ao manifestar a
confiança de que os responsáveis por esse deplorável ato serão identificados e
levados à justiça, o governo brasileiro transmite suas sentidas condolências à
família do candidato presidencial e ao governo e povo equatorianos."
Fonte:
G1
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