Eleições no Equador: entenda como estava a disputa presidencial antes do assassinato de Fernando Villavicencio - NA MIRA DA NOTICIA

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quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Eleições no Equador: entenda como estava a disputa presidencial antes do assassinato de Fernando Villavicencio

 

Foto: Reprodução

Em vídeo gravado poucos dias antes de ser morto a tiros, Fernando Villavicencio disse que não estava intimidado por ameaças de grupos criminosos e que não usaria colete à prova de balas, como o governo havia recomendado.

Em um vídeo gravado dias antes de ser assassinado a tiros na saída de um comício, o candidato presidencial Fernando Villavicencio disse saber de ameaças de grupos criminosos mas que não se intimidaria por elas.

"Que venham os chefes do tráfico, que venham mafiosos", disse, na ocasião, Villavicencio, que foi morto a tiros na noite de quarta-feira (9).

Na gravação, feita em um comício dias antes na cidade de Chone, na região central do Equador, ele diz ainda que recebeu a recomendação para usar colete à prova de balas, mas que não usaria o equipamento.

"Escutem bem: me disseram para usar o colete (a prova de balas). Aqui estou, de camisa suada, caralho. Vocês são...vocês são meu colete a prova de balas. Eu não preciso...vocês são um povo valente, e eu sou valente como vocês. São vocês que cuidam de mim. Aqui estou. Disseram que vão me quebrar. Aqui estou (...) que venham os chefes do tráfico de drogas, os mafiosos, que venham os vacinadores. Acabou a época de ameaças. Vão me quebrar? Podem me dobrar, mas nunca vão me quebrar".

Villavicencio foi morto ao deixar um comício na capital, Quito, na noite de quarta-feira (9). Ele foi atingido por três tiros na cabeça ao entrar em um carro.

O grupo criminoso equatoriano Los Lobos reivindicou autoria do atentado, e um dos suspeitos de cometer o crime foi morto durante uma troca de tiros com a polícia.

O Equador vive um dos momentos mais violentos de sua história moderna, com índices de violência em níveis recorde, e, nos últimos meses, grupos mafiosos - que chegam a controlar regiões inteiras do país - começaram a intimidar políticos.

Denúncias

Antes de se candidatar à presidência do Equador, Fernando Villavicencio era jornalista investigativo em seu país e denunciou diversos esquemas de corrupção.

O cientista político Maurício Santora afirmou que o trabalho de Villavicencio tinha como foco denúncias envolvendo o narcotráfico e a corrupção da elite política do país.

"Ele mexeu em interesses de muitos poderosos".

Na disputa pela presidência, uma pesquisa de intenção de voto publicada na terça-feira (8) apontou que Villavicencio estava em 5º lugar, segundo o jornal "El Universo".

A eleição, marcada para o dia 20 de agosto, não foi cancelada, mas o presidente do país, Guillermo Lasso, declarou estado de exceção no Equador após a morte de Villavicencio.

Por meio de nota, o Itamaraty disse ter tomado conhecimento do caso "com profunda consternação".

"Ao manifestar a confiança de que os responsáveis por esse deplorável ato serão identificados e levados à justiça, o governo brasileiro transmite suas sentidas condolências à família do candidato presidencial e ao governo e povo equatorianos."

Fonte: G1

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