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Foto: Reprodução |
A ideia de Vítor Gênova é
dar acesso à literatura para que as pessoas possam ler os livros em qualquer
lugar.
Na parada do ônibus, na
pracinha do bairro, no parque perto de casa. Para Vítor Gênova, seja onde for,
qualquer lugar é um bom lugar para ler um livro. Foi com esse pensamento que o
estudante criou o projeto Socialverso, que disponibiliza livros para
download em vários pontos de Fortaleza.
No último dia 28 de julho, o
estudante de pós-graduação e empreendedor social resolveu espalhar vários
cartazes pela capital cearense com QR Codes que permitem que as pessoas baixem
livros direto no celular.
Para fazer o download, basta
posicionar a câmera do smartphone no livro escolhido, ler o código e começar a
leitura.
"A qualquer momento a
pessoa pode estar caminhando numa praça ou simplesmente esperando o ônibus
dela, e se deparar com o cartaz", diz Vítor em entrevista ao g1.
“O grande objetivo do
projeto acaba sendo tornar a leitura mais atrativa para qualquer tipo de
pessoa, em qualquer lugar. Então a pessoa simplesmente está esperando o ônibus
e ela pode fazer a leitura”, conta.
LEIA
A princípio, os livros
escolhidos são de autores tradicionais das letras brasileiras: Machado de
Assis, Euclides da Cunha e o cearense José de Alencar. Entre as obras
escolhidas, estão obras clássicas da literatura nacional, como “Dom Casmurro” e
“Iracema”. Todos os livros estão em domínio público, disponíveis gratuitamente.
“Geralmente as pessoas optam
por outros tipos de literatura, então quando eu pensei em livros clássicos foi
justamente para democratizar essa leitura, que muitas vezes, durante muito
tempo, foi considerado elitizado você ler esse [tipo de] livro”, avalia Vítor.
Atualmente, os cartazes
estão espalhados pelos bairros Centro, José Bonifácio, São João do
Tatuape, Joaquim Távora, Dionísio Torres e Praia de Iracema. A ideia de Vítor é
expandir e levar o projeto para mais bairros. Para isso, ele já conta com o incentivo
de apoiadores da iniciativa.
“Eu me surpreendi com muito
apoio das pessoas, inclusive perguntando se poderia fornecer o material para
que elas pudessem espalhar por bairros, espalhar por escolas, em seus projetos
sociais. Enfim, isso aprendeu muito positivamente porque eu não esperava esse
apoio tão grande", conta.
Hábito de leitura veio da
infância
Formado em administração,
Vítor, de 25 anos, faz atualmente pós-graduação em gerenciamento de projetos.
Ele atua como empreendedor social, realizando projetos “que vão ter impacto
social, que vão estar dentro de uma necessidade com que as pessoas vivem, seja
por questões socioeconômicas, seja por questões ambientais”.
Há um tempo, Vítor vinha
percebendo o fechamento de livrarias por Fortaleza. O cenário de portas
fechadas dos estabelecimentos e seu interesse em atuação social o levaram a
conceber o projeto.
Eu acabei tendo a ideia
justamente para poder propor uma solução para que as pessoas tivessem
alternativa de ler de qualquer lugar”, conta.
O projeto, é claro, leva um
pouco de Vítor em sua essência. O estudante tem o hábito da leitura e, entre
suas obras favoritas, estão justamente os clássicos da literatura brasileira.
Segundo o jovem, o costume de ler veio ainda na infância por influência da mãe.
Nascido no fim do século XX
e crescido em meio à popularização da internet e dos smartphones, Vítor não vê
a tecnologia como uma competidora da leitura. "Acabei entendendo que a
inovação e a tecnologia poderiam ser minhas aliadas no desenvolvimento desse
projeto", afirma.
Após iniciar o projeto com
obras clássicas da literatura brasileira, Vítor já tem planos de expandir o
catálogo de livros que disponibiliza para os fortalezenses.
“O meu sonho é que estejam
[na lista para download] materiais educativos, de conteúdo português, de
matemática, geografia, ciências, para que as pessoas possam cada vez mais ter
acesso a conteúdos educativos”, revela.
Além dos downloads de livros
pela cidade, a ideia de Vítor é que o projeto Socialverso, no futuro, inclua
outras iniciativas – todas com impacto social.
Por ora, o estudante
continua a gerir com dedicação a biblioteca virtual e torná-la mais ampla. “A
ideia é que eu espalhe cada vez mais cartazes e que materiais diferentes
estejam nesses cartazes”, afirma.
Fonte: G1
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